Pais que ficam em casa: uma escolha cada vez mais consciente
 
09Apr

Pais que ficam em casa: uma escolha cada vez mais consciente

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Claudio Herique

 

 

Uma pesquisa realizada recentemente pelo Boston College Center for Work and Family apontou que 3,4% das famílias americanas têm homens ocupando o papel de donos de casa. Outro número que chama a atenção é que 53% dos americanos manifestaram-se positivamente em relação à ideia de ficar em casa para cuidar dos filhos, caso suas esposas apresentassem renda suficiente para cobrir todas as despesas da família. Essa porcentagem praticamente dobrou em relação ao resultado apurado pela mesma pesquisa feita na década passada.

 

Segundo o Diretor Executivo do Boston College, Brad Harrington, a maioria dos homens faz essa escolha conscientemente, e que esse fato normalmente não tem relação com a conjuntura econômica. A decisão leva em conta dois aspectos principais: quando o casal tem empregos que demandam uma dedicação de muitas horas e o homem está numa melhor condição para abrir mão da sua condição e ambos concordam que ter a presença mais próxima do pai ou da mãe na criação dos filhos é fundamental para a família.

 

Mais importante do que os números da pesquisa é observar seus dados qualitativos. “A grande maioria dos homens, valoriza demais a oportunidade de desenvolver uma relação mais próximas com os filhos. E quase todos eles não tem dúvidas com relação a afirmar que ficar em casa para apoiar as crianças foi a melhor decisão que tomaram em suas vidas”, afirma o professor.

 

O estudo indica, ainda, que o impacto para as crianças é muito positivo. Boa parte dos donos de casa americanos exercem esse papel desde o nascimento dos filhos, o que leva as crianças a encararem com naturalidade essa inversão de papeis. Além disso, todas as esposas foram ouvidas e mostraram-se satisfeitas com o desenvolvimento dos seus filhos. Elas também apontaram como benefício o fato de poderem contar com alguém em casa no qual elas podem confiar, o que proporciona maior tranquilidade para desenvolverem suas carreiras.   

 

Outro aspecto destacado por Hurrington é que a decisão agrega uma enorme tranquilidade no dia-a-dia do casal, pois alivia a responsabilidade dupla de trazer dinheiro para casa e, ao mesmo tempo, cuidar dos afazeres domésticos e dos filhos, tarefa que normalmente acaba “sobrando” para as mulheres.  

 

Fiquei muito feliz quando tomei conhecimento dessa pesquisa, pois os resultados convergem demais com a minha história pessoal, descrita no livro. E ela mostra, sobretudo, que o importante é buscar o consenso e soluções que visam a harmonia familiar, mesmo que isso venha a desafiar certos papeis predefinidos do passado.

 


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